Turismo: Vencer a pandemia e antecipar o futuro

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Estudo elaborado pelo NEST – Centro de Inovação do Turismo de Portugal e Beta-i, aponta a baixa preparação das equipas para gerir soluções digitais. Esse é um dos principais obstáculos da indústria, a par de soluções para fazer face à pandemia e apoiar a retoma no setor.

Numa altura de incerteza e crise económica, as duas organizações colocaram as questões aos empresários do setor: qual o futuro do turismo em Portugal? Há espaço para a inovação e transformação digital neste segmento crucial?

Estas são as questões às quais a consultora de inovação colaborativa Beta-i e o Turismo de Portugal, através do seu centro de Inovação NEST, pretendem responder. O estudo identifica os desafios concretos e prioritários para o setor e do lançamento de programas de inovação que juntam startups e empresas turísticas para criarem soluções que venham capacitar o setor com novas competências tecnológicas e apoiar a sua retoma.

Apesar de a digitalização já ser uma realidade presente no turismo, os players do mercado consideram que, face aos desafios da pandemia, as suas equipas não estão suficientemente capacitadas para criar e gerir novas soluções no digital. No questionário realizado a operadores das várias áreas do turismo, incluindo hospitalidade, animação turística, transportes e agências, conclui-se que “é urgente investir, não só na segurança sanitária, como no upskilling do setor e em formar os colaboradores com competências em ferramentas mais modernas e em novas tecnologias”.

Imagem de Ahmad Ardity por Pixabay

Para Roberto Antunes, Diretor Executivo do NEST – Centro de Inovação do Turismo de Portugal, “esta primeira análise mostra-nos que há uma preocupação clara do setor em implementar mudanças e fazer investimentos num momento em que a procura recuou de forma abrupta. Por isso o nosso foco consiste em preparar o futuro e criar soluções que garantam a recuperação do turismo em Portugal.”

Com base no estudo e de forma a estimular o empreendedorismo e a inovação, as duas entidades desenvolveram ainda um mapa de desafios prioritários com o intuito de estimular as startups a criarem soluções em colaboração com as empresas do setor.

Em fase de mitigação de crise, a lista inclui necessidades sobre como dotar o setor de uma interação “low touch” em todos os pontos da jornada do turista; como criar uma certificação online de procedimentos de higienização com certificado reconhecido e estandardizado, e como criar soluções móveis de presença de risco por geolocalização sem centralização de dados.

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Já em fase de retoma, colocam-se os desafios de como passar todos os processos de atendimento pessoal para um atendimento mediado por tecnologia; como garantir informação em tempo real sobre a densidade de pessoas nos produtos turísticos; como criar jornadas detalhadas do turista com explicitação dos momentos com e sem contacto humano; como manter a humanização numa experiência cada vez mais mediada por tecnologia; e como otimizar fluxos de turistas de forma a aumentar a rentabilidade dos espaços.

De acordo com Manuel Tânger, Co-Founder e Head of Innovation da Beta-i, “a partir desta primeira análise, percebemos que o posicionamento de Portugal pode vir a ser reforçado, se a indústria do turismo reagir rapidamente às transformações exigidas pelo novo normal e colaborar com inovadores e empreendedores na criação de novas soluções. Como tal, através de programas de inovação, queremos mobilizar startups a colaborarem com os vários players e auxiliar a retoma urgente do setor”. Além do desenvolvimento do estudo, Beta-i e o Turismo de Portugal estão ainda a colaborar no programa de inovação aberta SOL Tomorrow, que colocará startups e empresas a criarem resultados rápidos que venham resolver desafios sociais e económicos específicos da cidade de Lisboa, provocados pela pandemia COVID-19.

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