Segundo uma nova investigação da Kaspersky, 95% dos responsáveis pela inovação em empresas a nível mundial admitem que os seus projetos falham muitas vezes antes de serem lançados e muitas destas inovações nem sequer passam da fase de desenvolvimento (36%).
Muitos dos novos produtos desenvolvidos pelas empresas não são bem-sucedidos. A consola de jogos Virtual Boy da Nintendo, que foi desenvolvida para incorporar realidade virtual, e a pulseira de fitness Nike FuelBand podem ser considerados dois destes exemplos. Mesmo assim, como a experiência da GE demonstrou, nem sempre uma transformação dos processos internos produz os resultados desejados.
A falta de cooperação entre os departamentos de segurança informática também faz aumentar a probabilidade de que um projeto nunca seja lançado.
Contudo, o fracasso de projetos já lançados publicamente é apenas a ponta do iceberg. De acordo com o estudo da Kaspersky, no qual foram inquiridos 304 decisores seniores, com ligação à área de inovação da empresa, a fase de desenvolvimento é considerada a mais desafiante ao longo do “ciclo de vida de inovação”. Isto é confirmado por cerca de um terço (36%) dos inquiridos, com base na sua experiência.
Para a maioria das empresas, um quinto dos inquiridos (19%) concorda que a principal razão para o fracasso da inovação é a falta de um plano e estrutura bem definidos. Isto significa que a capacidade de executar é tão importante como ter uma ideia brilhante, a fim de transformar um insight valioso numa solução rentável e plausível. Uma vez estabelecido o plano, vale também a pena analisá-lo regularmente para acompanhar a atividade da concorrência, as tendências do mercado e as flutuações da indústria.
A cibersegurança não foi listada entre as principais razões pelas quais os projetos falham. No entanto, existe uma crença partilhada (74% concordam) de que, ao não incluir um Chief Information Security Officer (CISO) na fase inicial do processo, leva as empresas a aumentar a probabilidade de que o seu projeto de inovação não seja bem-sucedido. Isto pode estar relacionado com a incapacidade de adaptar os projetos às regras rigorosas de cibersegurança, com mais de metade (54%) dos inquiridos a responder que acredita que a política de segurança informática na sua empresa asfixia a inovação.
“Para uma empresa inovar, deve correr riscos e estar preparada para passar também por algumas falhas no processo, uma vez que são inevitáveis quando se está a olhar para algo realmente novo. Contudo, existem ainda algumas medidas práticas que podem ser tomadas para garantir que uma tecnologia emergente ou um produto atinja o seu lançamento. A cibersegurança não tem de ser outra barreira empresarial, mas deve ser parte integrante do projeto durante o tempo todo. Desta forma, devemos manter o CISO envolvido no desenvolvimento do projeto, quando planearmos o próximo avanço tecnológico para a empresa”, comenta Alexander Moiseev, Chief Business Officer da Kaspersky.
O estudo decorreu no verão de 2020 e a Kaspersky contou com a ajuda de Savanta, uma agência independente de estudos de mercado, para explorar uma série de áreas relacionadas com inovação empresarial. A inovação é o processo de introdução de novas ideias, tecnologias, metodologias, serviços ou produtos que visam afetar positivamente a mudança dentro das empresas.
Em julho de 2020, foram inquiridos online 304 decisores seniores com ligação à área de inovação das empresas e a trabalhar na Europa, MEA (Médio Oriente e África), APAC (Ásia-Pacífico), LATAM (América Latina e Caribe), América do Norte e CIS (Comunidade dos Estados Independentes). Estes colaboradores trabalhavam numa série de indústrias e em organizações de maior dimensão (mais de 500 funcionários). Na sequência dos inquéritos, foram também realizadas 15 entrevistas qualitativas aprofundadas a altos decisores envolvidos em matérias de inovação e a trabalhar em organizações de maior dimensão, em várias indústrias e especialidades.