A reabertura da economia no início de abril colocou um travão nas vendas e-commerce. Segundo a fintech portuguesa, euPago, especializada em serviços de pagamento, as vendas online no mercado português caíram em 25% em junho, em comparação com o mês de março deste ano.
A queda acentuada no comércio electrónico poderá ser explicada pelo fim de muitas medidas restritivas da liberdade de circulação e de funcionamento das lojas físicas, nomeadamente as que funcionam em centros comerciais, que permitiram que os portugueses retomassem alguns dos seus hábitos de consumo tradicionais.
Uma pesquisa da euPago, junto de uma amostra de 200 clientes de diferentes áreas de negócio e-commerce, revelou uma descida abrupta do volume de negócios, com reflexos em todos os meios de pagamento, inclusive no multibanco e no MB Way, que representam cerca de 85% do volume de transações desses clientes.
Ainda assim, o MB Way, apesar de uma quebra de 13% no número de transações entre março e junho deste ano, continua a ser o meio de pagamento que mais cresce em Portugal (cerca de 10% por mês).
Já o mês de agosto apresenta sinais de uma retoma promissora para quase todos os negócios do setor digital. Tendo em conta os dados verificados nos primeiros dias do mês, é expectável que o volume de faturação destes clientes ascenda aos 40 milhões de euros (mais 8 milhões do que em junho) e o número de transações aumente cerca de 40%.
Num ano típico, o mês de setembro costuma registar um crescimento de 10% relativamente a agosto, impulsionado pelo fim das férias e pelo regresso às aulas. Se se confirmar este comportamento, os comerciantes vão faturar 50% mais do que em junho, um crescimento significativo em apenas 3 meses, fundamental para atenuar os efeitos da pandemia na economia portuguesa e nos comerciantes.